Parte da minha Vida...

Eu poderia gritar pros quatro cantos que sou a pessoa mais feliz do mundo... mas será que isso é realmente necessário... será que isso é verdadeiro?e esse medo? e essa insegurança?
Tudo era tão fácil antigamente, ou estava feliz ou estava triste... não havia tantas variações, era criança e ficava feliz com um sorriso de alguém e triste se alguém me olhava de um jeito estranho, acho que sempre fui muito emotiva, sempre que me olhasse de um jeito diferente já estava eu ali, chorando, isso trago até hoje, porém consigo controlar melhor minhas emoções, a vontade de chorar a cada cara feia, cada erro, a cada “não”sempre chega, mas eu guardo dentro de mim, até dói mais, mas encontrei pelo caminho um senhor chamado “Orgulho” que me fez frear as lágrimas, nem sei se isso foi tão bom pra mim, mas por enquanto guardo elas pra chorar aqui no meu quarto, sozinha... Quanto aos sorrisos isso não mudou muito, quando falo que ainda tenho alma de criança, falo da forma mais pura, sorrisos me fazem tão bem, ao encontrá-los sigo mais leve, mais solta, pronta para enfrentar o que vier. Sempre fui encantada por sorrisos, desde pequenina ficava observando a feição das pessoas ao sorrirem, como ficavam mais bonitas, mas agradáveis, assim eu não tinha medo de me aproximar, o sorriso era como a ponte que ligava uma pessoa a outra...era isso que me fazia acreditar nas pessoas, era isso me levava em frente...
Mas um dia eu tive que crescer, não foi por minha vontade, mas por vontade dessa tal de “Vida”, que dizem que a gente que conduz ela, mas não concordo muito, ela é dona do tempo e nem nos deixa escolher se queremos viver mais alguma época ou se queremos seguir em frente. E durante esse crescimento me tornei um pouco confusa, não sabia bem porque aquilo estava acontecendo, nem aceitava o modo como me tratavam, eu queria ser a menininha mimada de sempre, até imagino que fiquei chatinha nesse tempo, mas eu não tinha culpa, me acostumaram mal, eu tinha o mundo em minhas mãos e tiraram de vez e me disseram que eu tinha crescido... como podiam fazer aquilo comigo? Foi difícil aceitar tudo isso... começar a viver MINHA vida, que até ali não conhecia...
Foram alguns erros, muitos tropeços e trazia uma aflição dentro de mim eu não queria perder tudo aquilo, foi quando mais precisei de carinho de atenção, mas eles precisavam se afastar para que eu entendesse que tinha que enfrentar uma vida, e eu nem sabia que era tudo tão complexo aqui fora... mas já tinha medo. Foi então que decidi criar algumas regras de sobrevivência... decidi que eu não mais me apegaria tanto as coisas e/ou pessoas, elas sempre vão embora, nos abandonam, fogem quando mais precisamos, decidi ainda que não acreditariam em tudo me dissessem... que sonhos a gente guarda pra gente, que ilusões existem e temos que nos conformar com isso, e que tudo é temporário se hoje estou feliz, amanhã posso não estar... durante algum tempo segui isso... me tornei muito calada, mas nunca deixei de sonhar... sonhava que poderia voltar a acreditar em tudo que tinha decidido desacreditar...
Foi então que percebi que na vida não existem REGRAS, nem devem existir, quando passei a acreditar mais nas pessoas e a entender que tudo que é feito há um sentido, uma reação... hoje me dou muito bem com essa tal de vida que tanto censurei quando me foi imposto vivê-la... levo sempre esse sorriso pra onde quer que vá, continuo com meus medos, minhas indecisões mas encontrei pessoas pelo caminho que despertaram em mim a vontade de seguir nessa vida louca “usar e abusar” de tudo que ela nos oferece dos sorrisos as lágrimas, dos sonhos as ilusões, das verdades as mentiras... e acima de tudo de GRITAR para o mundo, mesmo que não importe para tal “mundo”, que sou a PESSOA MAIS FELIZ!! Eu consegui o que temia, eu enfrentei a vida que mais me assustava, eu só tinha 6 aninhos quando me mandaram ser gente grande...e ainda preservo em mim os momentos mais felizes da minha infância... sou gente grande com alma de criança!